Aviação Comercial

Governo ordena retomar voos em 48h, vincula cortes à segurança

Governo exige que voos sejam retomados em 48 horas após alerta dos EUA e relaciona cancelamentos à segurança nacional

O governo venezuelano emitiu um ultimato às companhias aéreas internacionais, exigindo que retomem as operações para o país no prazo de 48 horas, sob pena de perderem o direito de voar para a Venezuela.

Os cancelamentos de várias rotas ocorrem no contexto de uma escalada de tensões no espaço aéreo venezuelano. Um alerta de segurança divulgado pela agência de aviação civil dos Estados Unidos (FAA, na sigla em inglês) aponta riscos ao sobrevoar o território venezuelano, diante do aumento da atividade militar na região e do agravamento das tensões diplomáticas.

O Instituto Nacional de Aviação Civil (INAC) da Venezuela encaminhou, na segunda-feira, a exigência às empresas estrangeiras que operam no país. Após a orientação da FAA — dirigida às companhias norte-americanas — o tráfego aéreo sobre a Venezuela caiu de forma acentuada.

A recomendação levou companhias de diferentes países, como Avianca, Gol, TAP Air Portugal, Turkish Airlines, Iberia, Plus Ultra e Air Europa, a suspender temporariamente suas ligações com Caracas.

O governo da Venezuela tem atribuído o esvaziamento do espaço aéreo às tensões geopolíticas com os Estados Unidos, além de afirmar que os cancelamentos fazem parte de um plano de Washington para desestabilizar o país.

Nas últimas semanas houve um aumento no deslocamento de meios militares norte-americanos no Caribe, incluindo porta-aviões, destróieres, caças F-35 e bombardeiros B-1B e B-52H. Autoridades venezuelanas têm afirmado que medidas externas põem “a pátria em risco” e visam pressionar o governo Maduro.

A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA, na sigla em inglês), que reúne cerca de 350 companhias globais, criticou o ultimato do INAC. Segundo a entidade, a exigência compromete a capacidade das empresas de avaliar riscos operacionais e tende a reduzir ainda mais a conectividade da Venezuela com o mundo — atualmente uma das menores da América Latina.

Nem o Ministério da Informação da Venezuela nem o INAC responderam aos pedidos de comentário. Parte das empresas já projeta manter a suspensão das rotas ao menos até o início de dezembro, prolongando as restrições ao tráfego aéreo comercial no país.

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