França e Ucrânia assinaram aquilo que ambos os líderes qualificaram como um acordo de defesa histórico que abrange a aquisição de 100 caças Dassault Rafale, bem como novos sistemas de defesa aérea e capacidades de drones.
A assinatura aconteceu em 17 de novembro de 2025, na Base Aérea de Villacoublay, onde o presidente francês Emmanuel Macron recebeu o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy na plataforma da base aérea.
Zelenskyy descreveu o acordo como histórico e afirmou que ele fortalecerá significativamente a aviação de combate e a rede de defesa aérea da Ucrânia, enquanto o país continua a enfrentar ataques russos sustentados com mísseis e drones.
Pouco depois da cerimônia, o presidente ucraniano disse à TF1-LCI que Kyiv havia feito um pedido de 100 caças Rafale, a maior aquisição única de aeronaves de combate na história da Ucrânia.
Antes da cerimônia, a França apresentou o Rafale e seu pacote de armamentos, o sistema de defesa aérea SAMP/T de nova geração e várias plataformas de drones. O acordo assume a forma de uma carta de intenções, e a França ainda não divulgou detalhes sobre financiamento, prazos de entrega ou cooperação industrial.
O Élysée disse que o objetivo é colocar as capacidades da indústria de defesa francesa a serviço da segurança de longo prazo da Ucrânia.
Um acordo que segue o quadro Gripen da Ucrânia
O acordo Rafale segue a carta de intenções de outubro de 2025 da Ucrânia com a Suécia para explorar a aquisição de até 150 caças Gripen E. Junto com mais F-16, o Rafale e o Gripen formam a base do que autoridades ucranianas descrevem como uma estratégia de três plataformas para uma força aérea moderna equipada pelo Ocidente. Anteriormente, a Ucrânia indicou uma meta de longo prazo de uma frota de aproximadamente 250 caças.
O financiamento do pacote Rafale não foi divulgado, mas as discussões sobre o Gripen oferecem um modelo. Suécia e Ucrânia estão a examinar uma combinação de financiamento ucraniano, assistência militar, créditos à exportação e possível uso de ativos russos congelados. A Suécia também observou que as entregas começariam não antes de três anos após a assinatura de um contrato, um cronograma provavelmente similar para qualquer aquisição de Rafale.
A Dassault afirmou estar pronta para fornecer Rafales à Ucrânia, mas as entregas permanecem uma perspectiva de médio prazo. As linhas de produção estão fortemente comprometidas, e a integração de uma plataforma de alto desempenho exige treinamento extensivo, preparação para manutenção e desenvolvimento de infraestrutura.
Ainda não está claro se algumas aeronaves poderiam vir de estoques franceses existentes. Quando serviu como ministro das Forças Armadas, o atual primeiro-ministro da França, Sébastien Lecornu, rejeitou publicamente a ideia, argumentando que as próprias necessidades operacionais da França e o tamanho limitado da frota tornavam tais transferências impossíveis.
