Indústria e Tecnologia

Curiosity vai perfurar Monte Grande para estudar os boxworks

Escrito por Michelle Minitti, vice-investigadora principal adjunta do MAHLI na Framework

Data de planejamento terrestre: sexta-feira, 3 de outubro de 2025

Antes do pouso do Curiosity, há 13 anos, a equipe científica observava todas as maravilhas geológicas espalhadas pelas encostas do Monte Sharp e aguardava o dia em que poderíamos colocar o rover para trabalhá-las. Visitamos muitas dessas maravilhas — vales, canais fluviais, leitos de lagos — e encontramos algumas que não esperávamos.

Desde o Sol 4600, temos explorado o coração de uma dessas maravilhas tão aguardadas — as estruturas em boxwork — para descobrir o que criou essa extensa rede de cristas e cavidades. Cada parada ao longo da travessia desde então tem sido um exercício de investigação sistemática.

As análises APXS e ChemCam do centro de uma crista até suas bordas e para dentro da cavidade vizinha buscaram variações químicas que indiquem o que mantém as cristas coesas, fazendo com que fiquem mais altas que as cavidades. Imagens da Mastcam e da RMI da ChemCam mapearam a arquitetura das cristas e das cavidades, procurando estruturas que forneçam pistas sobre sua formação. As imagens de feições mais distantes, como os buttes que se elevam por centenas de metros em cada lado do vale que abriga os boxworks, ajudaram a definir o contexto geológico da área. Imagens da MAHLI de alvos nas cristas e nas cavidades procuraram variações no tamanho dos grãos que possam indicar como a rocha matriz dos boxworks foi depositada. O DAN sondou o solo sob o rover em cada parada, medindo o teor de hidrogênio (e, portanto, o presumido teor de água) para verificar como varia entre cristas e cavidades.

Nesta semana, a equipe assimilou todos os resultados dessa exploração minuciosa para tomar uma decisão sobre nosso próximo local de perfuração, onde o SAM e o CheMin terão a oportunidade de investigar os boxworks. O rover seguirá para o norte até a cavidade “Monte Grande”, na qual identificamos rocha matriz promissora para amostragem. Eventualmente, perfuraremos uma crista, mas isso fica para um blog futuro. Comparar a mineralogia, o teor de voláteis e a química orgânica das cristas e das cavidades nos dará o entendimento mais detalhado de como os boxworks se formaram.

REMS e RAD não se importam particularmente se estão posicionados sobre uma crista ou sobre uma cavidade, pois o céu acima é seu domínio. Ambos os instrumentos mantiveram sua vigilância constante sobre o tempo — marciano e espacial, respectivamente. A Navcam e a Mastcam ajudaram nessa observação ambiental, medindo a poeira na atmosfera, procurando redemoinhos de poeira e registrando o fim da estação de nuvens.

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