O fabricante de aeronaves elétricas Beta Technologies começou a negociar na Bolsa de Valores de Nova York na terça‑feira, 4 de novembro de 2025, em uma estreia de mercado que atribui à empresa um valor de US$ 7,4 bilhões depois que suas ações abriram a US$ 34 cada, igualando o preço de oferta da sua oferta pública inicial (IPO).
A oferta pública inicial (IPO) da Beta arrecadou US$ 1,01 bilhão para a empresa, ressaltando o apetite dos investidores por startups de aviação elétrica.
Fundada em 2017 e com sede em Burlington, Vermont, a Beta projeta e constrói aeronaves elétricas, sistemas de propulsão e infraestrutura de recarga. Seu carro‑chefe, o CX300 ALIA, uma aeronave totalmente elétrica com decolagem e pouso convencionais, concluiu extensos testes de voo nos Estados Unidos e na Europa. No início deste ano, a AeroTime encontrou o cofundador e CEO da Beta, Kyle Clark, no Paris Air Show, onde a ALIA atraiu grande atenção durante sua turnê europeia, incluindo a realização de voos de demonstração em Le Bourget e testes operacionais na Noruega com a operadora de helicópteros Bristow.
O plano de longo prazo da Beta inclui desenvolver uma versão eVTOL (de decolagem e pouso vertical elétrica) da ALIA, posicionando a empresa para competir nos mercados de mobilidade regional e urbana.
O IPO da empresa sucede um ano de rápido crescimento e aprofundamento de parcerias industriais. Em setembro de 2025, a GE Aerospace investiu US$ 300 milhões na Beta como parte de um acordo estratégico para co‑desenvolver sistemas de propulsão híbrido‑elétricos. A parceria dá à Beta acesso à capacidade de manufatura em grande escala da GE e à expertise em certificação de turbinas, ao mesmo tempo em que permite à GE expandir seu trabalho em propulsão alternativa. Espera‑se também que a colaboração resulte em variantes híbrido‑elétricas com alcance estendido, potencialmente ampliando o alcance da Beta para os mercados de defesa e carga.
A Beta inicialmente vendeu 29,9 milhões de ações acima de sua faixa esperada de US$ 27 a US$ 33. A venda coloca a Beta ao lado de pares já estabelecidos de capital aberto, Archer Aviation e Joby Aviation, avaliados em US$ 6,7 bilhões e US$ 14,5 bilhões, respectivamente. Ambas as empresas abriram capital por meio de fusões via SPAC em 2021, enquanto a Beta optou por um IPO tradicional — uma medida que, segundo analistas, pode ajudar a reforçar a credibilidade junto a investidores institucionais.
O CEO da Beta, Kyle Clark, disse à Reuters que a decisão da Beta de se listar agora foi motivada por sua prontidão para entrar em produção e avançar mais rapidamente rumo à certificação. “Temos a capacidade de projetar um pipeline que está seguro com garantias baseadas em depósitos, e temos uma grande certificação a nosso favor”, disse Clark, segundo a Reuters. Ele acrescentou que a paralisação do governo federal em curso não afetou materialmente os programas da Beta.
A estreia de mercado da Beta também ocorre enquanto o governo dos EUA sinaliza apoio ao emergente setor eVTOL. Em junho de 2025, o presidente Trump assinou uma ordem executiva para acelerar o desenvolvimento de aeronaves de mobilidade aérea avançada, seguida por um programa piloto no mês passado para agilizar a implantação de táxis voadores. A iniciativa permite entregas limitadas para aplicações específicas antes da certificação completa, potencialmente beneficiando entrantes precoces como a Beta.
Com uma força de trabalho de aproximadamente 1.600 empregados e apoio significativo da GE Aerospace, a Beta está se posicionando como um fabricante verticalmente integrado capaz de projetar, construir e dar suporte às suas aeronaves e à sua rede de recarga. Sua variante eVTOL deve obter certificação no final de 2027 ou início de 2028.






