A Austrália será a primeira operadora global do P-8A a receber as modificações Increment 3 Block 2, poucos meses depois que a Marinha dos EUA começou a testar a aeronave atualizada.
Boeing anunciou a entrada do primeiro P-8 Poseidon de patrulha marítima (MPA) da Royal Australian Air Force (RAAF) em suas instalações para implementar as modificações Increment 3 Block 2. Ao mesmo tempo, a empresa informou que a RAAF está integrando sua 13ª aeronave na frota, após a entrega em 29 de setembro, e receberá a última em 2026.
Atualizações para os Poseidons australianos
O anúncio da implementação das novas modificações nos Poseidons australianos ocorre apenas alguns meses depois que a Marinha dos EUA começou a testar o primeiro P-8 atualizado. A Austrália agora será a primeira operadora global a atualizar seus P-8 para a modificação Increment 3 Block 2.
“Essas atualizações, juntamente com a entrega do 13º P-8A, marcam dois avanços importantes para a defesa da vasta linha costeira da Austrália”, disse Naomi Smith, diretora das Operações de Sustentação da Boeing Defence Australia (BDA). “O Increment 3 Block 2 fornecerá detecção e direcionamento de próxima geração para as tripulações de voo, enquanto a aeronave mais nova fortalece a prontidão da frota e o alcance operacional, tudo isso mantendo a interoperabilidade com a frota P-8A da Marinha dos EUA.”
Como parte de um acordo de quatro anos, a Boeing afirma que os P-8A da RAAF receberão novas antenas, sensores e software para melhorar o processamento computacional e os sistemas de comunicação, permitindo que as tripulações de voo busquem, detectem e direcionem os submarinos mais avançados do mundo. As duas primeiras aeronaves serão atualizadas pela Boeing em sua instalação de Manutenção, Reparo e Revisão (MRO) em Jacksonville, Flórida, enquanto as aeronaves remanescentes serão modificadas pela Boeing Defence Australia em sua Deeper Maintenance & Modification Facility perto da RAAF Base Edinburgh, na Austrália do Sul.
As modificações Increment 3 Block 2
A Marinha dos EUA iniciou no começo de 2024 os trabalhos no primeiro P-8 a ser modificado com as capacidades do Increment 3 Block 2. A aeronave então voou pela primeira vez na nova configuração em junho de 2025.
Essas atualizações permitirão que a frota seja equipada com as capacidades completas de guerra anti-submarino (ASW), guerra anti-superfície (ASuW) e inteligência, vigilância e reconhecimento (ISR) delineadas na estratégia de aquisição evolutiva do programa P-8A, diz o serviço.
O Increment 3 Block 2 fornece uma atualização significativa ao sistema de aviônica e estrutura do P-8A, e inclui novos racks de estrutura, radomes, antenas, sensores e fiação. A modificação incorpora um novo conjunto de sistemas de combate com processamento computacional aprimorado e arquitetura de segurança superior, um sistema de comunicação via satélite de banda larga, uma capacidade de inteligência de sinais ASW, um sistema de gerenciamento de trilhas e comunicações e sistemas acústicos adicionais para melhorar as capacidades de busca, detecção e direcionamento.
“O Increment 3 Block 2 traz a capacidade para a qual o P-8A foi feito. Essas modificações permitirão que as tripulações de voo busquem, localizem e rastreiem os submarinos mais avançados do mundo, possibilitando que a frota acompanhe a ameaça com a capacidade e a escala necessárias para vencer o combate”, disse o Capitão Erik Thomas, gerente de programa do escritório do programa de Aeronaves de Patrulha Marítima e Reconhecimento, PMA-290. “Esta entrega demonstra a ética de trabalho excepcional, o profissionalismo e a dedicação da equipe PMA-290 à frota.”
Modificações relacionadas ao Increment 3 Block 2 estão atualmente em andamento no hangar de Manutenção, Reparo e Revisão da Boeing no Cecil Airport, em Jacksonville, Flórida. A instalação, que continua a atualizar e entregar P-8As para a Marinha dos EUA, também será usada para atualizar aeronaves de operadores internacionais.
A Marinha afirmou que, em resposta às ameaças em evolução ao redor do mundo, futuras modificações do P-8A serão implementadas por meio de uma sequência de inserções rápidas de capacidade que se baseiam nesta nova linha de base do Increment 3 Block 2. A aeronave também receberá uma capacidade de inteligência de sinais (SIGINT), bem como as cargas úteis atualmente usadas pelo MQ-4C Triton.
P-8 australianos e LRASM
Uma aeronave P-8 Poseidon da Marinha dos EUA foi recentemente vista carregando um LRASM (Long Range Anti-Ship Missile) em voo pela primeira vez, enquanto o serviço trabalha para integrar a nova arma na plataforma. A integração do LRASM é conhecida há alguns anos, embora a arma não tenha sido vista no P-8 até agosto de 2025.
A Austrália comprometeu-se a atualizar significativamente a capacidade de ataque marítimo das Forças de Defesa Australianas (ADF), com um total de US$895,5 milhões alocados para a aquisição do LRASM. Dois F/A-18F Super Hornets da RAAF realizaram um disparo ao vivo bem-sucedido do AGM-158C na costa da Califórnia em fevereiro de 2025.
Após a conclusão dos testes operacionais, o Ministério da Defesa diz que o LRASM agora está pronto para uso operacional. A introdução da arma aumentará o alcance de ataque marítimo da RAAF para mais de 370 km.
“Esses sistemas de armas equipam nossas forças para proteger melhor as abordagens marítimas da Austrália e, quando necessário, conduzir operações em nossa região”, disse o vice‑primeiro‑ministro Richard Marles. “Será visto nas frotas Super Hornet, Poseidon e F‑35.”
É provável que a integração do LRASM nos Poseidons australianos coincida com a implementação das modificações Increment 3 Block 2.
