Indústria e Tecnologia

Honeywell lança software HANA para navegação resistente sem GNSS

A Honeywell Aerospace revelou uma nova plataforma de software projetada para manter a aeronave navegando com precisão quando os sinais do sistema global de navegação por satélite (GNSS) estão degradados, bloqueados ou sendo falsificados (spoofing). O sistema, conhecido como Honeywell Alternative Navigation Architecture (HANA), é o mais recente passo da empresa no desenvolvimento de tecnologias que possibilitem uma “navegação resiliente e independente” para aeronaves tripuladas e não tripuladas.

O lançamento posiciona o HANA como uma solução para uma ameaça crescente às operações de aviação e defesa. Nos últimos anos, a disseminação de dispositivos baratos de bloqueio e falsificação aumentou o número de incidentes de interrupção do GPS em todo o mundo, gerando preocupações sobre a segurança de voo e a continuidade das missões.

“Devido à proliferação de ferramentas de baixo custo, o número de incidentes de bloqueio, falsificação e interferência está crescendo e deixando mais pilotos e operadores no ar sem acesso a dados GNSS,” disse Matt Picchetti, Vice-presidente de Navegação e Sensores da Honeywell Aerospace Technologies. “O HANA é o nosso mais recente sistema de navegação alternativa, projetado para contrariar essas ameaças fornecendo informações precisas sobre a posição, velocidade e orientação da aeronave quando os sinais GNSS não estão disponíveis.”

Segundo a Honeywell, o HANA é uma plataforma de navegação multi-sistema baseada em software que melhora o desempenho dos sistemas de navegação inercial. Ele pode combinar várias tecnologias de sensoriamento em uma única arquitetura em camadas. Essas tecnologias incluem a navegação auxiliada por visão, que usa imagens de câmeras ao vivo para corresponder a imagens do solo com bases de dados cartográficas, e a navegação auxiliada por anomalias magnéticas, que determina a posição ao detectar variações conhecidas no campo magnético terrestre. O sistema também suporta a navegação por satélite em órbita baixa da Terra (LEO), aproveitando sinais mais fortes e menos suscetíveis a interferências devido à sua menor altitude.

A empresa afirmou que tecnologias adicionais — incluindo lidar, radar, medição de distância por rádio e rastreamento celestial usando sensores estelares — também podem ser integradas à estrutura do HANA. Ao mesclar dados de múltiplas fontes independentes, o sistema pode continuar fornecendo informações precisas de posição, velocidade e atitude mesmo quando entradas tradicionais baseadas em satélite estiverem interrompidas ou indisponíveis.

“Com essa arquitetura em camadas, os operadores podem combinar modalidades para atender aos requisitos específicos da missão, garantindo máxima resiliência, integridade do sistema e disponibilidade consistente mesmo em ambientes sem acesso ao GNSS,” disse a Honeywell em seu comunicado. O software pode rodar na plataforma computacional já existente da aeronave ou em um sistema dedicado fornecido pela Honeywell, dependendo das necessidades da missão.

A versão inicial do HANA inclui navegação auxiliada por visão. A Honeywell planeja integrar os modos de navegação por anomalias magnéticas e por satélites LEO em 2026. Essa estrutura modular permite que a empresa expanda a funcionalidade ao longo do tempo conforme novas tecnologias de sensoriamento amadureçam, mantendo a plataforma de software central estável e atualizável.

O lançamento do HANA se apoia na longa trajetória da Honeywell em navegação inercial — um campo no qual a empresa atua há mais de 50 anos. Sistemas inerciais usam giroscópios e acelerômetros para medir o movimento e a orientação de uma aeronave sem depender de sinais externos. Ao sobrepor essas medições inerciais com fontes de dados complementares, o HANA pretende eliminar a vulnerabilidade de ponto único que decorre da dependência exclusiva do GPS.

A nova plataforma também faz parte do esforço mais amplo da Honeywell para aprimorar capacidades de “posicionamento, navegação e sincronização assegurados” (A-PNT) nos setores de defesa e comercial. A empresa afirmou que o HANA dá suporte a uma ampla gama de casos de uso, desde aeronaves convencionais até sistemas não tripulados de próxima geração e veículos terrestres militares. Espera-se também que desempenhe um papel no emergente mercado de mobilidade aérea avançada, onde aeronaves elétricas de decolagem e aterrissagem vertical operando em ambientes urbanos densos podem enfrentar perdas frequentes de sinal GPS ou interferência por multipercurso.

“O lançamento do HANA marca um marco importante nos cinquenta anos de legado da Honeywell em inovação de sistemas de navegação inercial, reforçando sua liderança na navegação aeroespacial e seu compromisso com a resiliência crítica para missões na aviação de defesa e comercial,” disse a empresa.

A Honeywell não divulgou quais aeronaves ou programas serão os primeiros a integrar o HANA, mas o sistema foi projetado para ser compatível com uma variedade de aviônicos e arquiteturas de gerenciamento de voo existentes da Honeywell. A empresa afirmou que a flexibilidade do software o torna adequado tanto para modernizações (retrofits) quanto para aeronaves de nova produção.

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