A variante israelense do Sky Warden integrará os sistemas de missão, hardware e software da IAI.
Israel adquirirá uma variante personalizada da aeronave de ataque leve Sky Warden da L3Harris, que será designada localmente Blue Sky Warden, segundo um MoU (Memorando de Entendimento) assinado entre a L3Harris e a Israel Aerospace Industries (IAI) em 15 de outubro de 2025. O número de aeronaves que Israel planeja adquirir ainda não é conhecido.
Como parte do Programa Israelense de Aeronaves de Ataque Leve, a aeronave terá software, hardware e sistemas de missão “específicos para Israel” projetados e desenvolvidos pela IAI, de acordo com o comunicado conjunto da L3Harris e da IAI. Após fornecer e integrar seu equipamento de missão, a IAI também “liderará testes de voo e campanhas de aeronavegabilidade com o Ministério da Defesa e a Força Aérea Israelense.”
O Sky Warden é um derivado missionado do pulverizador agrícola Air Tractor AT-802U. Chamado OA-1K Skyraider II pela AFSOC (Air Force Special Operations Command) dos EUA, a aeronave foi desenvolvida em resposta ao programa Armed Overwatch do comando em 2022.
A AFSOC revelou a designação ‘Skyraider II’ para a aeronave durante o Special Air Warfare Symposium em 27 de fevereiro de 2025. O nome revive o legado do resistente e versátil A-1 Skyraider, que esteve em serviço de 1946 até o início da década de 1980.
Acordo L3Harris-IAI
O comunicado da L3Harris incluiu, entre as capacidades específicas para Israel, o “computador de missão de arquitetura aberta” da IAI. A nota citou o presidente e CEO da IAI, Boaz Levy, que qualificou a L3Harris como um “parceiro de longa data e de confiança, com quem temos parcerias bem-sucedidas em vários frentes.”

“Ao combinar os sistemas de ponta e a experiência da IAI em integração de sistemas de missão com a plataforma Sky Warden da L3Harris, estamos entregando uma solução sob medida que atende às necessidades em evolução do Ministério da Defesa e da Força Aérea Israelense”, disse Levy.
“Esta parceria estratégica com a IAI nos permite fornecer uma variante adaptada do nosso Sky Warden para atender às necessidades operacionais e industriais de Israel”, disse Jon Rambeau, Presidente de Integrated Mission Systems da L3Harris. “A aeronave de ataque leve Sky Warden oferece a melhor combinação de endurance, carga útil e sobrevivência necessária para ISR embarcado e outras missões.”
Simplify and act. Widow mission execution software simplifies complex data into a common operating picture, allowing users to tailor their interface and receive enhanced situational awareness. Learn more: https://t.co/V3Ugv4hVLA#AUSA2025 pic.twitter.com/LlafVAdw15
— L3Harris (@L3HarrisTech) 11 de outubro de 2025
Outras áreas de colaboração entre a L3Harris e a IAI incluem a aeronave Phoenix CAEW&C (Conformal Airborne Early Warning and Control) baseada no jato executivo Bombardier Global 6500. A Coreia do Sul escolheu a Phoenix CAEW&C como seu próximo radar embarcado em 30 de setembro, após uma concorrência.
As empresas israelenses são as desenvolvedoras do radar EL/W-2085 CAEW AESA (Active Electronically Scanned Array) usado pela Phoenix, assim como do CAEW padrão, que está em serviço em Israel, na Itália (como E-550A CAEW) e em Singapura. Esta aeronave é baseada no jato executivo Gulfstream G-550.
A seleção da aeronave Sky Warden também vem após a L3Harris anunciar em 27 de agosto de 2025 uma expansão da instalação de produção da aeronave em Waco, Texas. No entanto, o SOCOM dos EUA (Special Operations Command) reduziu sua aquisição anual do OA-1K.
Air & Space Forces Magazine relatou que apenas seis aeronaves foram financiadas no Ano Fiscal de 2026, abaixo das 12 anteriormente planejadas, que por sua vez haviam sido reduzidas de 15 aeronaves no AF2025. O programa de registro geral do comando, porém, permanece em 75 aeronaves.


Uso tático
A escolha de aviônicos, sensores e sistemas de missão israelenses para o Blue Sky Warden também tem precedentes no país, que costuma promover forte customização de produtos dos EUA com suas tecnologias. Um exemplo principal continua sendo o F-35A, designado localmente F-35I após receber tecnologias israelenses não identificadas, tornando Israel o único país a modificar o caça furtivo.
Modificações complementares também estão presentes no F-15I Ra’am e no F-16I Sufa da Força Aérea Israelense para suportar redes, compartilhamento de dados e interoperabilidade com os F-35I. O Blue Sky Warden também seria mais adequado para operações de baixa intensidade em ambientes permissivos e sem contestação, em vez de depender dos maiores F-15 e F-16.
The next fight won’t wait for a runway. It demands an aircraft that can launch from anywhere, connect across the battlespace in real time, & deliver decisive effects – all with a smaller footprint & lower cost. Learn more about Sky Warden: https://t.co/DkuS1d4Pcf#SOFWeek pic.twitter.com/iVS92LeEKs
— L3Harris (@L3HarrisTech) 7 de maio de 2025
Uma aeronave turboélice CAS fortemente modernizada, equipada com sensores ópticos avançados, comunicações e sensores de aquisição de alvos, permite operações de reconhecimento e ataque mais precisas, evitando danos colaterais. Com dois potentes sensores ópticos, o Wescam MX-15 e o MX-20, na MMSP (Multi-Modal Sensor Pod) do lado de boreste – assumindo que o Blue Sky Warden manteria essa capacidade – a aeronave seria adequada para funções de ISR-ataque em altitudes médias, todo tempo, dia/noite.
Se necessário, ela também pode ajudar a utilizar de forma mais otimizada plataformas maiores e mais pesadas como o F-15, F-16 e o AH-64 Apache, servindo como ponto de retransmissão de dados de designação de alvos mais próximo da ação.
Get an inside look at Sky Warden aircraft, the proven baseline for @AFSpecOpsCmd’s OA-1K Skyraider II. Learn more: https://t.co/rV407KnIRq#AFANational pic.twitter.com/q5DcQMKgYF
— L3Harris (@L3HarrisTech) 19 de setembro de 2025
Armamentos, cargas úteis e lições dos conflitos atuais
Basta dizer que a plataforma pode ter sido identificada após lições aprendidas nos três anos de operações contra o Hamas no oeste, os houthis no sul e o Hezbollah no norte. Principalmente, a capacidade do Skyraider II de transportar dois pods LAU-131 A/A de sete tiros com foguetes APKWS II permite interceptações mais baratas de drones de ataque unidirecionais houthis, em vez de empregar os maiores F-15, F-16 ou helicópteros Apache.
Como se tem visto, até mesmo A-10s na AOR (Área de Responsabilidade) do CENTCOM foram usados contra drones, mostrando como a assimetria de custo persiste entre as ameaças e as plataformas usadas para detê-las.
A possibilidade de que os Blue Sky Wardens empreguem o Spike NLOS israelense, em lugar do AGM-114 Hellfire, também não pode ser descartada. Desnecessário dizer que os testes de desenvolvimento do OA-1K Skyraider II em Eglin AFB, Flórida, a partir do final de junho também ajudarão na sua rápida operacionalização com os israelenses, com dados de teste e performance prontamente disponíveis.






