Indústria e Tecnologia

Produção aérea lenta provoca perdas de US$11 bilhões em 2025

A indústria aérea tem previsão de perder mais de US$ 11 bilhões durante 2025 devido à lenta produção de aeronaves, com problemas na cadeia de suprimentos obrigando as companhias aéreas a manter aeronaves mais antigas em operação, segundo um novo relatório da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA).

Em um estudo conjunto, divulgado em 13 de outubro de 2025 pela IATA juntamente com a consultoria internacional de gestão Oliver Wyman, a associação observou que esses problemas na cadeia de suprimentos estão fazendo com que as companhias aéreas reavaliem suas estratégias de frota, frequentemente resultando no uso prolongado de aeronaves mais antigas.

“A frota de aeronaves atual é maior, mais avançada e mais eficiente em combustível do que nunca”, disse Matthew Poitras, sócio da prática de Transportes e Indústrias Avançadas da Oliver Wyman. “No entanto, os desafios da cadeia de suprimentos estão afetando tanto as companhias aéreas quanto os fabricantes (OEMs).”

Custos crescentes e frotas envelhecidas aumentam a pressão sobre as companhias aéreas

Segundo a IATA, a lenta produção de aeronaves e os problemas na cadeia de suprimentos são decorrentes do “modelo econômico” da indústria da aviação, de interrupções causadas pela instabilidade geopolítica, da escassez de matérias‑primas e de mercados de trabalho apertados.

No relatório, a associação afirma que a lenta taxa de produção de aeronaves está ligada ao atraso nas melhorias de eficiência de combustível, custando às companhias aéreas aproximadamente US$ 4,2 bilhões, à medida que continuam a operar aeronaves mais antigas e menos eficientes enquanto aguardam a redução do atraso nas entregas de novas aeronaves.

Outra razão é o aumento do custo de manutenção, previsto para alcançar um total de US$ 3,1 bilhões, enquanto as companhias aéreas gerenciam uma frota global envelhecida que requer suporte mais frequente e caro, continua o relatório.

A IATA acrescentou que o excesso de leasing de motores poderia contribuir com outros US$ 2,6 bilhões neste ano, enquanto o aumento dos estoques de peças sobressalentes pode custar mais US$ 1,4 bilhão, à medida que as companhias ajustam‑se às imprevisíveis interrupções da cadeia de suprimentos.

Além dos custos crescentes, os desafios na cadeia de suprimentos impedem que as companhias aéreas coloquem aeronaves suficientes em operação para atender à crescente demanda de passageiros.

Em 2024, a demanda por passageiros aumentou 10,4%, superando a expansão de capacidade de 8,7% e levando os fatores de ocupação a um recorde de 83,5%. A IATA prevê que essa tendência de aumento da demanda por passageiros deve permanecer a mesma ao longo de 2025.

Medidas possíveis para aliviar as tensões na cadeia de suprimentos

“As companhias aéreas dependem de uma cadeia de suprimentos confiável para operar e ampliar suas frotas de forma eficiente”, disse Willie Walsh, diretor‑geral da IATA. “Agora enfrentamos esperas sem precedentes por aeronaves, motores e peças, e cronogramas de entrega imprevisíveis.”

Walsh mencionou que não existe uma solução fácil para esse problema, mas que há várias medidas que poderiam “oferecer algum alívio”.

Por exemplo, uma abordagem sugerida é promover as melhores práticas no mercado de pós‑venda (aftermarket), auxiliando os provedores de Manutenção, Reparo e Revisão (MRO) a reduzir a dependência de modelos de licenciamento conduzidos pelos OEMs.

Outras soluções propostas pela IATA envolvem aumentar a visibilidade da cadeia de suprimentos para identificar riscos precocemente, extrair valor dos dados por meio de insights de manutenção preditiva, e aumentar a capacidade de reparo e de peças para acelerar aprovações de reparo e adotar manufatura avançada para aliviar gargalos.

Shares:

Related Posts

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *