Indústria e Tecnologia

Dassault conclui 300º Rafale, marco para caça francês

Dassault Aviation concluiu a 300ª unidade do Rafale, marcando um novo marco para o principal caça multirole da França em um momento de aceleração industrial recorde. 

O anúncio, feito em 7 de outubro de 2025, ocorre pouco depois de a empresa inaugurar um novo site de fabricação e integração em Cergy, noroeste de Paris, projetado para apoiar tanto a produção do Rafale quanto dos jatos Falcon.

A Dassault descreveu a 300ª aeronave como “testemunho do sucesso operacional, industrial e comercial desta aeronave de combate, que não tem equivalente em sua categoria em termos de versatilidade e eficácia comprovada em operações.” 

De ceticismo doméstico à validação internacional

Duas décadas após sua entrada em serviço, o Rafale permanece sendo uma pedra angular da capacidade aérea convencional da França e da sua dissuasão estratégica, ao mesmo tempo em que amplia sua presença global por meio de um crescimento constante nas exportações.

Um total de 533 Rafales foi encomendado de forma firme pela França e por oito clientes exportadores, com 233 aeronaves ainda a serem entregues. Dessas, 53 destinam-se à França em junho de 2025. A Dassault planeja entregar 25 Rafales neste ano (2025) e aumentar gradualmente a produção para quatro aeronaves por mês nos próximos anos.

Modelos Dassault Rafale no Paris Air Show 2023
(Crédito: AeroTime)

Esse crescente volume de pedidos inclui encomendas de reabastecimento doméstico juntamente com importantes contratos de exportação com Índia, Indonésia, Emirados Árabes Unidos e Sérvia, garantindo a plena utilização da capacidade industrial da Dassault até a década de 2030.

O programa Rafale é gerido pela Diretoria Geral de Armamentos (DGA) da França e reúne cerca de 400 empresas francesas nos setores aeroespacial, eletrônico, de propulsão e de defesa. Para Paris, a aeronave representa não só um importante ativo operacional, mas um símbolo de soberania industrial e autossuficiência tecnológica.

A cadeia de fornecimento da Dassault livre de ITAR (não restrita pela legislação de exportação dos EUA) tornou-se um grande argumento de venda para compradores estrangeiros em busca de autonomia estratégica, enquanto o programa sustenta milhares de empregos altamente qualificados em toda a França.

O Rafale entrou em serviço operacional na Marinha Francesa em 2004 e na Força Aérea e Espacial Francesa em 2006. As entregas para exportação começaram em 2015 com o Egito, marcando o início de uma história de sucesso de exportação que ao longo da década incluiria Catar, Índia, Grécia, Croácia, Indonésia, Emirados Árabes Unidos e Sérvia.

Agora no padrão F4, o Rafale continua a evoluir com maior conectividade, fusão de sensores e integração de armamentos. A próxima versão F5, já em desenvolvimento, ampliará as capacidades da plataforma em guerra eletrônica, integração de drones e “combat cloud” (nuvem de combate), assegurando seu lugar na estrutura de forças futuras da França ao lado do caça de próxima geração desenvolvido no âmbito do programa FCAS.

Perspectivas futuras na Ásia?

Com 300 Rafales agora entregues, as perspectivas da Dassault parecem sólidas. A Força Aérea da Índia estaria buscando um acordo direto governo a governo para 114 caças Rafale, potencialmente representando o maior pedido já registrado para o tipo, se for finalizado. Enquanto isso, o ministério da defesa de Taiwan teria manifestado renovado interesse no caça da Dassault ao avaliar substitutos de longo prazo para sua frota Mirage 2000, embora ainda não tenham sido confirmadas discussões formais.

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