Aviação Comercial

Setor aéreo estabiliza oferta e demanda com recuperação da carga

Setor consolida equilíbrio entre oferta e demanda, impulsionado pelos mercados internacionais e pela recuperação da carga aérea, que contabiliza o sexto mês consecutivo de crescimento

A demanda mundial por transporte aéreo de passageiros cresceu 3,6% em setembro de 2025 em relação ao mesmo mês de 2024, segundo a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA). O resultado mostra a resiliência do setor diante de uma desaceleração econômica moderada e de ajustes tarifários globais, apoiado principalmente pela recuperação do tráfego internacional, responsável por cerca de 90% da expansão no período.

A capacidade global avançou em ritmo semelhante, com alta de 3,7%, mantendo a taxa média de ocupação em 83,4%, uma leve queda de 0,1 ponto percentual em comparação a 2024. O equilíbrio entre oferta e demanda permanece próximo dos níveis recordes observados desde a retomada pós‑pandemia.

O tráfego internacional cresceu 5,1%, com aumento de 5,2% na capacidade e ocupação média de 83,6%. O mercado doméstico apresentou expansão mais contida, de 0,9%, com oferta 1,1% maior e taxa de ocupação de 83,0%.

Na América Latina, as companhias aéreas registraram alta de 5,3% na demanda, com crescimento de 6,8% na capacidade e ocupação de 83,3%, 1,2 ponto percentual abaixo do ano anterior. O Brasil manteve um desempenho positivo, puxado por um crescimento doméstico de dois dígitos, enquanto o mercado norte‑americano sofreu uma retração de 1,7%, a mais acentuada entre os grandes mercados internos.

Perspectivas e operação

De acordo com a IATA, as companhias projetam expansão de 3% nas programações de voos em novembro, mantendo esse ritmo de crescimento até o fim do ano. Apesar de gargalos nas cadeias globais de suprimentos e de custos operacionais elevados, o setor opera em patamares historicamente sólidos, com alta ocupação e equilíbrio entre oferta e demanda.

O transporte de carga segue em trajetória positiva. Em agosto de 2025, a demanda global por carga aérea cresceu 4,1% em relação ao mesmo mês do ano anterior, marcando o sexto mês consecutivo de expansão, segundo a IATA. A capacidade total avançou 3,7% e, nas operações internacionais, o aumento foi de 5,5%, refletindo o redirecionamento de fluxos comerciais para novos corredores entre Europa–Ásia, África–Ásia e Oriente Médio–Ásia.

O diretor‑geral da IATA, Willie Walsh, ressaltou que a carga aérea vem se beneficiando da migração parcial de volumes do transporte marítimo para o aéreo em produtos de alto valor agregado, impulsionada pela necessidade de reduzir riscos associados às políticas tarifárias dos Estados Unidos. A América Latina acompanhou esse movimento com alta de 2,1% na demanda e 5,0% na capacidade em agosto.

Cenário de otimismo

Os fundamentos macroeconômicos também favorecem o desempenho do setor. O comércio mundial de bens cresceu 5,4% em julho, enquanto o índice global de gerentes de compras (PMI) alcançou 51,75 em agosto, o maior nível desde meados de 2024, sinalizando recuperação da atividade industrial. Além disso, o preço do combustível de aviação recuou 6,4% em relação ao ano anterior — o 14º mês consecutivo de queda —, ajudando a reduzir os custos operacionais das companhias.

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