Os Estados Unidos revogaram a aprovação de 13 rotas operadas por companhias aéreas mexicanas e suspenderam todos os voos combinados de passageiros e carga de empresas aéreas mexicanas a partir do novo Aeroporto Internacional Felipe Ángeles (NLU) da Cidade do México, intensificando uma disputa sobre direitos de transporte aéreo entre os dois países.
O secretário de Transportes dos EUA, Sean Duffy, disse que o México “cancelou e congelou ilegalmente voos de transportadoras americanas por três anos sem consequências” e que Washington agora “os responsabilizará”, de acordo com a Reuters. A ordem, emitida pelo Departamento de Transportes dos EUA (DOT), bloqueia voos atuais e planejados da Aeromexico, Volaris e Viva Aerobus, ao mesmo tempo em que congela qualquer novo crescimento dos serviços combinados de passageiros e carga das companhias mexicanas entre os Estados Unidos e o Aeroporto Internacional Benito Juarez (MEX) da Cidade do México.
A decisão também proíbe as companhias aéreas mexicanas de passageiros de transportar carga entre Juarez e destinos nos EUA, uma proibição que se espera entrar em vigor dentro de três meses. Duffy disse que a decisão seguiu repetidas violações por parte das autoridades mexicanas das disposições do acordo bilateral de serviços aéreos, datado de 2022.
“Até que o México pare com os jogos e cumpra seus compromissos, continuaremos a responsabilizá‑lo”, disse Duffy em comunicado. “Nenhum país deveria poder tirar vantagem de nossas transportadoras, do nosso mercado e dos nossos passageiros sem repercussões.”
O Departamento de Transportes disse que o México deixou de cumprir as disposições do acordo bilateral desde que rescindiu os slots aeroportuários das transportadoras de passageiros dos EUA e forçou operadores de carga americanos a realocarem voos. As companhias americanas acusam o México de dar tratamento preferencial às empresas domésticas nos aeroportos congestionados da Cidade do México e de restringir o acesso de estrangeiros.
As rotas canceladas incluem o serviço da Aeromexico entre Mexico City Juarez e San Juan, o serviço da Volaris entre Juarez e Newark, e os voos propostos da Viva Aerobus desde Felipe Angeles para Austin, Nova York, Chicago, Dallas, Denver, Houston, Los Angeles, Miami e Orlando. Também são afetadas as rotas atuais da Aeromexico de Felipe Angeles para Houston e McAllen, no Texas.
O DOT alertou que a contínua não conformidade do México “pode afetar os planos de viagem de cidadãos americanos” e aconselhou os passageiros a contatar suas transportadoras para opções de remarcação ou reembolso.
A medida representa uma escalada significativa na campanha de Washington para aplicar regras de concorrência na aviação transfronteiriça. Em setembro de 2025, o DOT ordenou que a Delta Air Lines e a Aeromexico desfaçam sua joint venture, com vigência a partir de 1º de janeiro de 2026, que permitia às companhias coordenar horários e tarifas nas rotas entre os EUA e o México. Os reguladores afirmaram que a parceria gerou “efeitos anticompetitivos contínuos” e conferiu às duas companhias uma vantagem injusta em mercados‑chave, como a Cidade do México. As transportadoras estão agora contestando essa ordem na corte federal dos EUA.
As ações de Duffy refletem um esforço mais amplo para reforçar a supervisão dos acordos de aviação internacional. Ele advertiu recentemente governos europeus contra a imposição de restrições unilaterais às viagens transatlânticas, citando a necessidade de manter os acordos globais de serviços aéreos.
A empresa de dados de aviação Cirium afirmou que as rotas México‑EUA representam quase 10% de todo o tráfego aéreo internacional na América do Norte. Qualquer suspensão prolongada de voos poderia elevar as tarifas, reduzir a conectividade e pressionar as companhias mexicanas, que já enfrentam margens apertadas e aumento dos custos de combustível.






