A Boeing registrou uma provisão de US$ 4,9 bilhões em seus resultados do 3º trimestre de 2025 devido a atrasos no programa 777X, o que contribuiu significativamente para as perdas da empresa neste trimestre.
No seu relatório financeiro do terceiro trimestre de 2025, divulgado em 29 de outubro de 2025, o fabricante de aeronaves informou um prejuízo de US$ 7,14 por ação segundo a contabilidade padrão e US$ 7,47 por ação na base ajustada, principalmente devido à provisão de US$ 4,9 bilhões do programa 777X, que acrescentou aproximadamente US$ 6,45 ao prejuízo por ação.
“Enquanto estamos desapontados com o atraso no cronograma do 777X, a aeronave continua a apresentar bom desempenho nos testes de voo, e permanecemos focados no trabalho pela frente para concluir nossos programas de desenvolvimento e estabilizar nossas operações para recuperar totalmente o desempenho da empresa e restabelecer a confiança de todas as nossas partes interessadas”, disse Kelly Ortberg, o CEO da Boeing.
Essa perda superou as previsões dos analistas do início de outubro de 2025, que estimavam que as provisões relacionadas ao 777X da Boeing ficariam entre US$ 2,5 bilhões e US$ 4 bilhões.
O programa 777X, lançado em 2013, enfrentou múltiplos atrasos causados por desafios de certificação. A Boeing revisou sua avaliação do cronograma de certificação do 777-9 e agora espera que a primeira entrega do 777-9 ocorra em 2027.
Entre outras métricas financeiras importantes, a empresa anunciou receita do terceiro trimestre de US$ 23,3 bilhões, superando a receita do 2º trimestre de US$ 22,7 bilhões. A Boeing registrou fluxo de caixa operacional de US$ 1,1 bilhão e fluxo de caixa livre de US$ 0,2 bilhão. O backlog total da empresa ao final do trimestre foi de US$ 636 bilhões.
Commercial Airplanes registrou o maior número de entregas desde 2018
A divisão Commercial Airplanes da Boeing viu sua receita subir para US$ 11,1 bilhões no terceiro trimestre, principalmente devido ao aumento das entregas.
A Commercial Airplanes obteve 161 pedidos líquidos, que incluíam 50 aeronaves 787 para a Turkish Airlines e 30 737-8 para o grupo Norwegian.
A divisão entregou um total de 160 aeronaves no 3º trimestre de 2025, marcando o maior total trimestral desde 2018, com um backlog de mais de 5.900 aviões avaliado em US$ 535 bilhões.
Durante o 3º trimestre de 2025, a Boeing alcançou marcos importantes em seus programas comerciais. Em outubro de 2025, a Federal Aviation Administration (FAA) suspendeu o limite que restringia a Boeing a produzir 38 aeronaves 737 MAX por mês, permitindo que a empresa aumentasse gradualmente a produção para 42 jatos por mês.
Enquanto isso, o programa 787 continuou estabilizando a produção em sete unidades por mês e avançou nas iniciativas de investimento anunciadas anteriormente para expandir as operações na Carolina do Sul.
Divisão de Defesa se fortalece com novos contratos
A Boeing afirmou que sua divisão Defense, Space & Security teve receita de US$ 6,9 bilhões e margem operacional de 1,7% no 3º trimestre de 2025, indicando “estabilização do desempenho operacional e maior volume”.
Durante o trimestre, a Defense, Space & Security garantiu um contrato da US Space Force para aprimorar capacidades de comunicação por satélite estratégicas e fez parceria com a Royal Australian Air Force para demonstrar capacidades operacionais autônomas do MQ-28 Ghost Bat.
O backlog da Defense, Space & Security aumentou para US$ 76 bilhões, com 20% disso proveniente de clientes fora dos EUA.
Outros contratos importantes
No 3º trimestre de 2025, a divisão Global Services gerou US$ 5,4 bilhões em receita, atribuída a “maior volume”, segundo a Boeing. O fabricante acrescentou que a margem operacional foi de 17,5%, principalmente devido ao “mix e volume comercial favoráveis.”
No 3º trimestre de 2025, a Global Services conquistou um contrato da US Navy para o reparo de trem de pouso de aeronaves F/A-18 e anunciou um acordo de colaboração estratégica com a Korean Air focado no avanço de análises de manutenção preditiva.
