Indústria e Tecnologia

Alemanha prepara compra de 15 caças F-35A por €2,5 bilhões

A Alemanha estaria se preparando para encomendar 15 caças Lockheed Martin F-35A adicionais por cerca de €2,5 bilhões (US$2,9 bilhões).  

A revista alemã Spiegel reportou, citando fontes parlamentares, que uma proposta confidencial foi apresentada ao comitê de orçamento do Bundestag delineando uma “aquisição adicional” de 15 F-35A. 

Embora o Ministério da Defesa tenha negado planos para um pedido subsequente no início de 2025, a proposta surge em meio a um novo impulso para expandir o orçamento de defesa da Alemanha sob a política Zeitenwende. Segundo a Spiegel, as aeronaves extras poderiam ser financiadas com os fundos remanescentes do pacote especial de defesa de €100 bilhões da Alemanha. 

O novo lote complementaria os 35 F-35A encomendados oficialmente em 2022 para substituir a envelhecida frota Panavia Tornado da Luftwaffe. O Tornado, em serviço desde a década de 1980, atualmente realiza a missão de partilha nuclear da OTAN a partir da Base Aérea de Büchel, na Renânia-Palatinado. 

Preparativos para receber o F-35A já estão em andamento na Base Aérea de Büchel, incluindo abrigos reforçados, sistemas de comunicações e melhorias na infraestrutura de segurança nuclear. A Alemanha espera receber suas primeiras aeronaves na segunda metade de 2026, com capacidade operacional plena prevista até o final da década.  

Um pedido subsequente ainda precisaria ser analisado e aprovado pelo comitê de orçamento do Bundestag antes que as negociações com a Lockheed Martin e o governo dos EUA possam prosseguir. Se aprovado, as 15 aeronaves adicionais provavelmente seriam entregues no início da década de 2030. 

Investimento paralelo no programa Eurofighter 

A reportagem da Spiegel surge poucos dias depois de Berlim confirmar uma encomenda de 20 Eurofighter Typhoon adicionais, elevando o comprometimento total da Alemanha para mais de 160 aeronaves. Os novos jatos da Tranche 5 serão fabricados em Manching, perto de Munique, entre 2031 e 2034, enquanto um contrato separado de €1,2 bilhão (US$1,4 bilhão) com a sueca Saab está sendo preparado para a variante de combate eletrônico Eurofighter EK. 

O ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, enfatizou repetidamente a necessidade de fortalecer as capacidades de dissuasão da Alemanha e os compromissos com a OTAN após a invasão russa da Ucrânia. A possível encomenda reforçaria esses objetivos, garantindo disponibilidade suficiente de aeronaves para treinamento, manutenção e prontidão para a partilha nuclear. 

No entanto, a medida poderia reacender o debate sobre a crescente dependência da Alemanha em plataformas dos EUA em detrimento da autonomia europeia, particularmente enquanto Berlim continua sendo um parceiro-chave no programa franco-alemão-espanhol Future Combat Air System (FCAS) para desenvolver um novo caça juntamente com plataformas não tripuladas. 

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