Indústria e Tecnologia

Boeing entrega 55 aviões em setembro, melhor resultado desde 2018

A Boeing anunciou que entregou 55 aeronaves comerciais em setembro de 2025, seu melhor total de entregas em setembro desde 2018, enquanto o fabricante dos EUA continua a restaurar os níveis de produção após anos de interrupções na cadeia de suprimentos, crises de segurança e escrutínio regulatório. O total, acima das 33 aeronaves entregues em setembro de 2024, incluiu a 2.000ª entrega do 737 MAX pela empresa.

Dados divulgados pela Boeing em 14 de outubro de 2025 mostram que 40 das entregas foram jatos 737 MAX, o modelo mais vendido da empresa. A Ryanair recebeu 10 aeronaves, incluindo o marco da 2.000ª entrega do MAX. A Boeing também entregou um único 737 Next Generation que será convertido em um avião de patrulha P-8 Poseidon para a Marinha dos EUA.

A empresa entregou 14 widebodies: quatro 767, três cargueiros 777 e sete 787 Dreamliners. Oito aeronaves foram para clientes chineses, incluindo um 777F, um 787 e seis 737 MAX — um sinal pequeno, porém notável, de que as entregas à China foram retomadas após uma pausa.

A Boeing também registrou 96 novos pedidos em setembro, seu melhor total mensal do ano. Pedidos recentes incluem jatos 737 MAX para a Norwegian Air Shuttle, 787-9 Dreamliners para a Turkish Airlines e 787 para a Uzbekistan Airways. Após cancelamentos e ajustes contábeis, a Boeing contabilizou 95 pedidos líquidos. O backlog da empresa totalizava 5.987 aeronaves no final de setembro de 2025, ligeiramente abaixo das 5.994 de agosto.

O desempenho mais forte reflete uma recuperação constante após vários anos difíceis para a divisão comercial da Boeing. Sua linha de produção do 737 MAX, limitada pela Administração Federal de Aviação (FAA) a 38 aeronaves por mês enquanto aguarda a supervisão de qualidade da FAA, estabilizou-se à medida que a empresa trabalha para reconquistar a confiança do órgão regulador. O CEO da Boeing, Kelly Ortberg, afirmou que a empresa espera estar em posição de solicitar aprovação para elevar a taxa para 42 por mês, condicionada ao cumprimento de critérios de qualidade da FAA.

Mesmo com o ritmo melhorado, a Boeing ainda fica atrás da Airbus. O fabricante europeu entregou 73 aeronaves em setembro e 507 nos primeiros nove meses de 2025, em comparação com 440 da Boeing. A Airbus ocupa a liderança global de entregas todos os anos desde 2019, quando a imobilização do 737 MAX interrompeu a produção da Boeing. A atual diferença de 67 aeronaves ressalta a distância que a Boeing precisa percorrer para recuperar sua antiga dominância de mercado.

Atualmente a Airbus está entregando cerca de 63 aeronaves por mês, incluindo algumas retiradas do estoque existente, e pretende elevar a produção de aeronaves de fuselagem estreita para 75 por mês até 2027.

Em setembro de 2024, a Boeing entregou muito menos aeronaves, uma queda acentuada precipitada por uma greve de maquinistas que paralisou temporariamente as linhas de produção dos modelos 737, 767 e 777. Em contraste, em setembro de 2025 a Boeing entregou 22 jatos a mais, refletindo como a empresa se recuperou em meio a contínuas pressões operacionais e trabalhistas.

Em toda a indústria, 2025 está se configurando como o ano mais movimentado para entregas de aeronaves desde antes da pandemia. As 440 entregas da Boeing até setembro de 2025 já superam seu total de 348 em todo o ano de 2024, colocando-a a caminho do seu melhor desempenho anual em sete anos. A Airbus, por sua vez, parece provável de manter a liderança global de entregas pelo sétimo ano consecutivo.

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