Indústria e Tecnologia

Bélgica produzirá componentes do motor F135 com Pratt e Whitney

Junto com a chegada dos primeiros caças F-35A Lightning II da Bélgica à Base Aérea de Florennes, o governo belga assinou um novo acordo com a Pratt & Whitney, a subsidiária da RTX que fabrica o motor F135 que equipa a aeronave.

O acordo, anunciado em 13 de outubro de 2025, durante a cerimônia de entrega dos F-35, ampliará o papel da Bélgica na rede industrial global do F-35 ao permitir a produção local de componentes-chave do motor.

Segundo o novo acordo, a Safran Aero Boosters estabelecerá capacidades de fabricação para componentes selecionados do F135 em sua instalação em Milmort, perto de Liège. O acordo também consolida uma parceria de longa data com a BMT Aerospace, sediada em Oostkamp, que colaborará no desenvolvimento e na produção de estruturas principais do motor por meio de um “conceito de fabricação inovador”, segundo as empresas.

Reforçando a participação belga na cadeia de abastecimento do F-35

A iniciativa é apresentada como um retorno industrial significativo pela participação da Bélgica no programa F-35, complementando a cooperação anterior entre a Safran e a BMT em um projeto conjunto de Pesquisa e Tecnologia para a produção avançada de componentes de motores.

O CEO da Safran Aero Boosters, François Lepot, descreveu o novo acordo como “um sinal claro do compromisso político da Bélgica com a soberania industrial e a criação de empregos,” acrescentando que garante “um papel estratégico para a indústria belga na cadeia de abastecimento deste programa icônico de aeronaves.”

Cooperação entre Flandres e Valônia

Ambas as empresas enfatizaram o equilíbrio regional do acordo. Com a Safran Aero Boosters representando a Valônia e a BMT Aerospace sediada em Flandres, o projeto conta com o apoio conjunto dos governos regionais valão e flamengo, do Ministério da Defesa belga, e do braço econômico do governo federal.

O CEO da BMT Aerospace, Benoit Reynders, afirmou que a parceria destaca “como a inovação e a cooperação entre regiões podem oferecer capacidades de classe mundial,” observando que ela também “garante atividade industrial de longo prazo e empregos qualificados em Flandres.”

O vice-primeiro-ministro e ministro do Emprego e da Economia, David Clarinval, classificou o acordo como “um investimento estratégico na segurança, soberania e força industrial da Bélgica,” ressaltando que “cada euro investido atua como uma alavanca para a nossa indústria, emprego e economia.”

Além da Lockheed Martin

O ministro da Defesa belga, Theo Francken, afirmou que o acordo demonstra que “o retorno econômico do programa F-35 vai além da Lockheed Martin,” enfatizando que a parceria assegura a inovação belga “em um componente essencial: o motor do F-35.”

O plano industrial soma-se à crescente presença da Bélgica no âmbito do programa F-35, após compromissos anteriores com formação, manutenção e trabalhos de logística em diversas regiões. 

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