Vários aeroportos nos Estados Unidos estão enfrentando transtornos, enquanto controladores de tráfego aéreo — que atualmente trabalham sem remuneração — enfrentam pressão crescente devido à paralisação do governo dos EUA em andamento.
A paralisação está quase chegando ao sétimo dia após as negociações orçamentárias federais entre o Congresso e o presidente dos EUA, Donald Trump, terem se rompido por causa das exigências democratas por financiamento da saúde.
A paralisação pressionou as operações da FAA, fazendo com que mais de 13.000 controladores de tráfego aéreo e funcionários essenciais trabalhem sem pagamento, enquanto funções rotineiras da agência — como elaboração de normas, verificações de antecedentes e melhorias de instalações — permanecem suspensas.
Interrupções generalizadas em aeroportos
O governador da Califórnia, Gavin Newsom, anunciou no X que o Aeroporto Hollywood Burbank (BUR) não teve controladores de tráfego aéreo entre 16:15 e 22:00, horário local, em 6 de outubro de 2025, devido à paralisação do governo.
“As operações estão continuando no Aeroporto Hollywood Burbank”, anunciou o aeroporto em 7 de outubro de 2025, aconselhando os passageiros a verificarem com sua companhia aérea atualizações sobre possíveis atrasos ou cancelamentos antes de chegar.
Na noite de 6 de outubro de 2025, voos do Aeroporto Internacional Newark Liberty (EWR) tiveram atraso médio de 53 minutos, segundo a FAA. O Aeroporto Internacional de Denver (DEN) também registrou atrasos médios de 39 minutos.
Controladores sob estresse; pequenas comunidades em risco
Durante uma coletiva de imprensa realizada em 6 de outubro de 2025, no Aeroporto Internacional Newark Liberty (EWR), em Newark, o secretário do Departamento de Transportes dos EUA (DOT), Sean Duffy, afirmou que a paralisação “torna mais desafiador para [os controladores de tráfego aéreo] realizarem seu trabalho”.
“Isso não acaba simplesmente quando os democratas decidirem reabrir o governo”, disse Duffy. “Tem um impacto de longo prazo em nossa capacidade de recuperar o terreno nas lacunas que temos agora com os controladores de tráfego aéreo.”
Ao falar na conferência, Duffy reconheceu que a paralisação do governo aumentou o estresse entre os controladores de tráfego aéreo.
“Se acharmos que há problemas no espaço aéreo, iremos fechá-lo. Mas, novamente, isso está criando um efeito cascata para nossos controladores de tráfego aéreo,” explicou ele. “Esta paralisação impôs muito mais estresse aos nossos controladores em um momento em que eles já estão trabalhando com equipamentos dos anos 1960, 1980 e 1990.”
Duffy também mencionou que a paralisação do governo afetará a indústria aeronáutica dos EUA ao interromper o financiamento do programa Essential Air Service (EAS), que conecta companhias aéreas a comunidades que normalmente não dispõem desses serviços.
Esse programa oferece subsídios federais para apoiar o serviço aéreo em áreas menores ou remotas, permitindo que as companhias aéreas mantenham rotas que, de outra forma, poderiam não ser lucrativas. Duffy indicou que o financiamento federal para este programa expirará em 12 de outubro de 2025.
“Existem muitas pequenas comunidades por todo o país que agora não terão mais os recursos para garantir o serviço aéreo em sua localidade,” disse ele. “O maior usuário desse espaço aéreo é o Alasca.”
FAA alerta contra paralisação prolongada
Frank Macintosh, o Chief Operating Officer da FAA, mencionou durante a conferência que é importante garantir que a paralisação do governo “não seja prolongada”.
“Precisamos garantir que não percamos o ímpeto que finalmente conquistamos nos últimos nove meses,” disse Macintosh. “Estamos no processo de modernizar um sistema de controle de aeronaves muito complicado.”
Paralisações do governo que duram mais de um ou dois dias são raras. A anterior paralisação federal dos EUA, que também foi a mais longa registrada, aconteceu durante o primeiro mandato de Trump em 2018 e durou 35 dias.
