A Federal Aviation Administration (FAA) alertou pilotos para que evitem o espaço aéreo venezuelano devido a uma situação de segurança em rápida escalada, emitindo um aviso aos aviadores (NOTAM) que cita aumento da atividade militar, interferência no GPS e potenciais ameaças a aeronaves civis em todas as altitudes. O alerta surge enquanto altos funcionários dos EUA dizem que a administração Trump está preparando uma nova fase de operações com alvo no governo do presidente Nicolás Maduro.
Segundo esses funcionários, a próxima fase das operações deve começar nos próximos dias e pode incluir atividade encoberta, marcando uma notável escalada na abordagem de Washington em relação a Caracas. Os funcionários afirmam que o esforço visa aumentar a pressão sobre o governo de Maduro, que os EUA há muito acusam de envolvimento no tráfico de entorpecentes e em outras atividades desestabilizadoras na região.
O NOTAM, emitido em 21 de novembro de 2025, abrange a Região de Informação de Voo de Maiquetía (SVZM FIR) e permanece válido até 19 de fevereiro de 2026. Ele cita “uma situação potencialmente perigosa” devido a uma “situação de segurança em deterioração e aumento da atividade militar em ou ao redor da Venezuela” e alerta para ameaças a aeronaves em “todas as altitudes”, incluindo durante sobrevoo, decolagem, pouso ou enquanto estiverem no solo.
Várias companhias aéreas cancelaram ou desviaram voos sobre a Venezuela em 23 de novembro, citando o aviso e o ambiente de segurança incerto. A FAA também alertou operadores sobre relatos recentes de interferência em sistemas globais de navegação por satélite (GNSS) — incluindo bloqueio (jamming) e falsificação (spoofing) — afetando aeronaves que transitam pela região, com interferências relatadas a até 250 milhas náuticas da fonte.
O tráfego aéreo pela área caiu acentuadamente nos últimos dias, à medida que as companhias redirecionam voos para contornar o espaço aéreo venezuelano.
Os EUA deslocaram o grupo de ataque do porta-aviões USS Gerald R. Ford e outros ativos navais para o Caribe nos últimos meses. Autoridades norte-americanas dizem que o destacamento tem a intenção de aumentar a pressão sobre a Venezuela e de interromper operações que os EUA alegam estar ligadas ao tráfico de entorpecentes. A Venezuela, por sua vez, acusa Washington de buscar mudança de regime e afirma ter mobilizado suas próprias forças em resposta.
Embora autoridades digam que nenhuma decisão final foi tomada sobre o escopo ou a duração das operações dos EUA, a nova fase indica que Washington mantém aberta a opção de combinar instrumentos encobertos ou ostensivos com recursos de drones, aéreos ou marítimos.
O aviso observa que o espaço aéreo sobre regiões politicamente voláteis pode tornar-se instável mesmo quando aeronaves civis não estão diretamente envolvidas em hostilidades, já que atividade militar próxima ou interferência eletrônica representam riscos. Ele também descreve novos requisitos para os operadores, incluindo uma regra da FAA que exige aviso prévio de 72 horas por parte de companhias aéreas dos EUA que planejem entrar na área afetada.
Companhias aéreas, operadores charter e órgãos reguladores estão monitorando a situação em busca de quaisquer mudanças nas restrições de sobrevoo, possíveis extensões da cobertura do NOTAM além da FIR atual ou impactos operacionais relacionados ao impasse mais amplo entre EUA e Venezuela. As autoridades não indicaram se medidas adicionais estão sendo consideradas enquanto as avaliações de segurança continuam.






