Aviação Comercial

Emirates quer ter 110 A380 operacionais até 2026

A Emirates pretende elevar a frota ativa de Airbus A380 para 110 aeronaves até 2026

Segundo o presidente Tim Clark, a Emirates quer aumentar sua frota ativa de A380 de cerca de 95 para aproximadamente 110 unidades até o fim de 2026. Essa expansão reforça sua posição como a maior operadora mundial do modelo, que contabiliza 116 aeronaves registradas — número muito superior ao da British Airways e da Singapore Airlines, com 12 aviões cada.

Embora a frota total da Emirates seja de 116 aeronaves, uma parcela permanece fora de serviço por motivos técnicos e de manutenção.

Tenho alguns problemas com parte das aeronaves que precisamos corrigir”, disse Clark, em entrevista ao site Aviation Week durante o evento APG World Connect, em Sevilha, na Espanha. “Até o final do próximo ano, provavelmente teremos cerca de 110 em operação.”

Operação até 2041

Sem substitutos disponíveis no segmento de alta capacidade, a Emirates adquiriu quase todos os A380 de seus arrendadores e pretende mantê-los em serviço até 2041. No entanto, a companhia admite que há limitações estruturais.

O avião foi projetado para 100.000 horas de voo, ou cerca de vinte anos”, disse Clark. “Levá-lo a 24 ou 25 anos é um grande desafio. Ele não foi feito para isso. É possível? Não sei. Muito dependerá da cadeia de suprimentos.”

Apesar do limite de horas de voo, a Emirates não planeja reduzir a utilização dos A380. A empresa também enfrenta dificuldades no fornecimento de motores e peças rotativas, embora possua um estoque relevante oriundo de desmontagens.

Temos muitos componentes de fuselagens [que são itens] de longa vida, mas estamos buscando motores sobressalentes e peças específicas”, afirmou Clark. “Estamos formando inventário para assegurar a continuidade da frota.”

Programa de modernização de US$ 6 bilhões

A Emirates está conduzindo um programa de modernização de US$ 6 bilhões (R$ 31,6 bilhões) que abrange toda a frota, incluindo os A380. O tempo para reforma completa das cabines foi reduzido de 42 para 16 dias, e o programa deve ser concluído em até 18 meses.

Além da reforma em curso, a companhia planeja introduzir novos interiores em todas as cabines nos próximos dois a três anos. Os A380 reformados retornarão aos hangares para receber os novos projetos.

Vamos melhorar as cabines premium e a econômica premium. Também estamos desenvolvendo um novo assento para a classe econômica”, disse o executivo. “Provavelmente faremos grande parte disso internamente.”

Certificação suplementar

Para reduzir atrasos na cadeia de suprimentos, a Emirates busca certificação suplementar que permita fabricar seus próprios interiores e componentes estruturais. Clark afirma que Airbus e Boeing apoiam a iniciativa.

Quero garantir o fornecimento, a qualidade e tudo o mais”, declarou. “Podemos fazer isso em um quarto do tempo e por muito menos dinheiro. Na Europa, o custo é de 250 euros por hora; em Dubai, minha mão de obra interna custa 50 euros.”

A proximidade de fornecedores estratégicos também favorece a produção local. “O porto de Dubai abriga o segundo maior fundidor de alumínio do mundo. Posso usar o alumínio diretamente nas moldagens de assentos — fica a apenas 10 quilômetros de distância”, acrescentou.

A Emirates considera ampliar sua capacidade interna para revisão dos motores do A380, passando de testes e trocas de módulos para desmontagens e remontagens completas. “É algo que devemos considerar em breve”, disse Clark.

Demanda Premium

Segundo o executivo, a procura por assentos premium continua elevada, sem sinais de substitutos para aeronaves de grande porte como o A380 em aeroportos congestionados.

Algumas das maiores taxas de ocupação que já vimos em nossas cabines premium ocorreram no último ano, nos últimos 18 meses”, afirmou Clark. No verão, a companhia poderia ter vendido cada assento “três vezes”, segundo ele.

O presidente ressaltou que a operação do A380 depende de escala. “Você nunca fará isso funcionar com apenas 10 ou 15 aeronaves. É uma operação em grande escala”, disse. “Fomos de um pedido inicial de 15 para 125, com a crença de que, à medida que nossos custos unitários caíssem, o avião se tornaria mais rentável — e foi exatamente o que aconteceu.”

O A380 da Emirates opera voos regulares diários entre Dubai e São Paulo (GRU). Atualmente, Guarulhos é o único destino na América do Sul onde o modelo transporta passageiros.

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