Taiwan anunciou uma mudança abrangente nas regras de certificação de pilotos, reduzindo a idade mínima para pilotos comerciais e de transporte de linha aérea em um esforço para ampliar o pipeline de recrutamento e alinhar suas normas aos padrões internacionais.
A Administração de Aviação Civil de Taiwan (CAA) confirmou a nova política em 4 de novembro de 2025, informando que alterará os Regulamentos relativos à Certificação e Qualificação de Pessoal de Aviação tanto para reduzir as idades de entrada quanto para elevar o limite máximo de idade para pilotos ativos. A medida visa enfrentar a crescente escassez de tripulações qualificadas e ajudar o setor de aviação da ilha a acompanhar a demanda global.
No novo quadro, a idade mínima para obter uma licença de piloto comercial ou para voar em operações com tripulação múltipla cairá de 20 para 18 anos, enquanto o requisito de idade para a licença de piloto de transporte de linha aérea (ATPL) diminuirá de 23 para 21 anos. A idade máxima permitida para pilotos em serviço de companhia aérea com tripulação múltipla aumentará de 60 para 65 — alinhando-se aos padrões da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI).
A CAA afirmou que a decisão seguiu consultas com companhias aéreas taiwanesas, escolas de aviação e autoridades médicas, além de uma revisão das melhores práticas internacionais. Os reguladores enfatizaram que os requisitos médicos permanecerão rigorosos: pilotos com mais de 60 anos continuarão a se submeter a exames físicos a cada quatro meses, e as operações de voo internacionais ainda serão limitadas a um piloto com 60 anos ou mais por cabine de comando.
As autoridades observaram que as revisões têm o objetivo de tornar o regime de licenciamento do país mais consistente com o dos Estados Unidos, da União Europeia e de outros membros da OACI, onde 18 anos é a idade mínima padrão para licenciamento de piloto comercial. Ao harmonizar suas regras, Taiwan espera ampliar as oportunidades para estudantes de formação de voo mais jovens, mantendo elevados padrões de segurança.
O momento da mudança reflete prioridades em evolução no setor de aviação de Taiwan em recuperação. O número de passageiros se recuperou fortemente desde o levantamento das restrições pandêmicas, mas a oferta de pilotos qualificados não acompanhou o ritmo. Segundo provedores locais de formação, a matrícula em programas de piloto comercial caiu mais de 40% entre 2020 e 2022, e levará anos para que a indústria reconstrua seu quadro. Reduzir a idade de entrada dá aos aspirantes a aviadores uma vantagem, permitindo que concluam o treinamento e comecem a voar para companhias aéreas regionais já no início dos 20 anos.
Companhias aéreas em Taiwan — incluindo China Airlines, EVA Air e STARLUX Airlines — expandiram serviços internacionais e regionais em 2025, aumentando a demanda por tripulações de voo. Espera-se que os novos limites de idade tornem o recrutamento mais flexível e atraiam candidatos mais jovens, especialmente à medida que as companhias intensificam as contratações para apoiar novas rotas pela Ásia e América do Norte.
A elevação do limite máximo de idade também traz benefícios para operadores que enfrentam pressão de escalonamento. Capitães experientes no início dos 60 anos poderão continuar voando por vários anos adicionais, aliviando a tensão na escala de pessoal e permitindo que as companhias aéreas mantenham o conhecimento institucional dentro de suas frotas. A combinação de novos entrantes mais jovens e elegibilidade estendida para pilotos veteranos foi concebida para estabilizar a força de trabalho e reduzir a dependência de pilotos contratados do exterior.
A CAA informou que a implementação das novas regras de idade ocorrerá assim que as emendas formais aos regulamentos de licenciamento forem publicadas. Escolas de aviação e organizações de treinamento já começaram a atualizar materiais de recrutamento para refletir as mudanças, que devem entrar em vigor antes do final de 2025.
Globalmente, a escassez de pilotos continua a ser uma das questões mais prementes enfrentadas pela indústria. A consultoria Oliver Wyman previu um déficit de mais de 60.000 pilotos comerciais em todo o mundo até 2032, impulsionado pela rápida expansão de frotas, aposentadorias e lacunas de formação pós-pandemia. Reguladores em várias regiões responderam revisando padrões de licenciamento, ampliando a capacidade de formação ab-initio e oferecendo programas acelerados para candidatos qualificados.






